quinta-feira, 8 de maio de 2008

Dança


Arte Carimbolesca






O povo paraense tem no carimbó uma das mais extraordinárias manifestações de sua criatividade artística. Foi criado pelos índios Tupinambá. Como acontece com a maioria das danças indígenas, inicialmente, segundo alguns, a "Dança do Carimbó" era apresentada num andamento monótono.
Foi então que os escravos africanos descobriram esta dança e a
aperfeiçoaram, acrescentando ao ritmo uma vibração como uma espécie de variante do batuque africano, até mesmo os colonizadores portugueses foram contagiados, e pelo interesse de conseguir mão-de-obra para os mais diversos trabalhos, passaram a estimular e a participar também acrescentado traços de danças portuguesas — note-se que o Carimbó apresenta, em certas passagens, alguns movimentos das danças folclóricas lusitanas, como os dedos castanholando na marcação certa do ritmo.



COREOGRAFIA
A dança é apresentada em pares. Começa com duas fileiras de homens e mulheres com a frente voltada para o centro. Quando a música inicia os homens vão em direção às mulheres, diante das quais batem palmas como uma espécie de convite para a dança. Imediatamente os pares se formam, girando continuamente em torno de si mesmo, ao mesmo tempo formando um grande círculo que gira em sentido contrário ao ponteiro do relógio.
Nesta parte observa-se a influência indígena, quan
do os dançarinos fazem alguns movimentos com o corpo curvado para frente, sempre puxando-o com um pé na frente, marcando acentuadamente o ritmo vibrante. As mulheres, cheias de encantos, costumam tirar graça com seus companheiros segurando a barra da saia, esperando o momento em que os seus cavalheiros estejam distraídos para atirar-lhes no rosto esta parte da indumentária feminina. O fato sempre provoca gritos e gargalhadas nos outros dançadores. O cavalheiro que é vaiado pelos seus próprios companheiros é forçado a abandonar o local da dança. Em determinado momento da "dança do carimbó" vai para o centro um casal de dançadores para a execução da famosa dança do peru, ou "Peru de Atalaia", onde o cavalheiro é forçado a apanhar, apenas com a boca, um lenço que sua companheira estende no chão.
Caso o cavalheiro não consiga executar tal proeza sua companheira atira-l
he a barra da saia no rosto e, debaixo de vaias dos demais, ele é forçado a abandonar a dança. Caso consiga é aplaudido.




INDUMENTÁRIA
Todos os dançarinos apresentam-se descalços. As mulheres usam saias coloridas, muito franzidas e amplas, blusas de cor lisa, pulseiras e colares de sementes grandes. Os cabelos são ornamentados com ramos de rosas ou jasmim de Santo Antônio. Os homens apresentam-se com calças de mescla azul clara e camisas do mesmo tom, com as pontas amarradas na altura do umbigo, além de um lenço vermelho no pescoço.


DENOMINAÇÃO
A denominação da "Dança do Carimbó" vem do
título dado pelos indígenas aos dois tambores de dimensões diferentes queservem para o acompanhamento básico do ritmo. Na língua indígena "Carimbó" - Curi (Pau) e Mbó (Oco ou furado), significa pau que produz som. Em alguns lugares do interior do Pará continua o título original de "Dança do Curimbó". Mais recentemente, entretanto, a dança ficou nacionalmente conhecida como "Dança do Carimbó", sem qualquer possibilidade de transformação.




INSTRUMENTOS TÍPICOS

O acompanhamento da dança tem, obrigatori
amente, dois "curimbós" (tambores) com dimensões diferentes para se conseguir contraste sonoro, com os tocadores sentados sobre os troncos, utilizando as mãos à guisa de baquetas, com os quais executam o ritmo adequado. Outro tocador, com dois paus, executa outros instrumentos obrigatórios, como o ganzá, o reco-reco, o banjo, a flauta, os maracás, afochê e os pandeiros. Esses instrumentos compõem o conjunto musical característico, sem a utilização de instrumentos eletrônicos.


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