quinta-feira, 8 de maio de 2008

Letra de Música

Carimbó do macaco - Pinduca

Eu quero vê, o menina eu quero vê
eu quero vê, você agora embolar
eu quero vê, o menina eu quero vê
o carimbó do macaco
que eu fiz pra você dançar

É macaco caco macaco
Macaco, macaco au
macaco ó do macaco
macaco do macacau.
Eu conheço um macaquinho
que é filho do macacão
neto do macaco velho
Que mora lá no sertão.


Mulher Alheia - Mestre Verequete

Não cante mulher alheia
vai mexer com marimbondo
pois quem canta leva peia
oi, quem mexe sai com o nariz redondo (2x)

Carimbó, carimbó
ela não estava só
esbarrei meu peito nela
me riscaram o palitó (2x)

Não cante mulher alheia
vai mexer com marimbondo
pois quem canta leva peia
oi,quem mexe sai com o nariz redondo (2x)
Arte...


Chapéu do rei
do Carimbó



Tudo começou devido a ascenção do carimbó, quando Pinduca gravou o seu primeiro disco. Ao ser convidado para se apresentar em programas de televisão em rede nacional, ele teve a idéia de preparar uma roupa bem vistosa e um chapéu que pudesse marcar o cantor de carimbó.Pinduca tentou comprar o chapéu de um cabloco pescador, no município de Cametá, mas ao falar da finalidade da compra, o pescador deu o chapéu de presente para Pinduca.Com o chapéu em mãos, ele começou a enfeitá-lo com miniaturas do artesanato paraense. Daí em diante, nascia o chapéu do Rei do carimbó. O chapéu é o símbolo do pescador paraense. É feito de sipó titica e na maioria são forrados com palha de ubuçu. Enfeitando a aba do grande chapéu estão miniaturas de chapéis, mais algumas peneirinhas que são usadas no interior para coar açaí e mandioca, e posteriormente a tirar a cuieira.

Tambor ou Curimbó
Não podia faltar uma miniatura do tambor do carimbó, este instrumento é muito utilizado pelos tocadores para as grandes festas de carimbó.


Chapéu de palha
Miniaturas de chapéis estão penduradas como enfeites na aba do grande chapéu. Tanto os de palha...


Chapéu de quadrilha
...como os de quadrilha. Na época junina Pinduca costuma fazer o dobro de apresentações.


Boneca de palha
As bonecas de cheiro são feitas de patcholi e geralmente enfeitam os vestidos das crianças.


Peneira
As peneirinhas, que são usadas no interior, servem para coar açaí e mandioca e também para tirar a cuieira, de onde se faz a cúia.


Cuias
Esta matéria-prima é empregada na confecção de utensílios domésticos, como vasilhas para ingestão de bebidas. Seu uso estende-se aos brinquedos, instrumentos musicais e máscaras. As "cabaças" podem receber decorações gravadas ou pintadas. É bastante usada com o nome de "cúia" para tomar banho, tacacá, mingau, açaí e outros alimentos da culinária paraense.


Cestas
Vários tipos de cestinhas são encontradas no chapéu. Elas são usadas para carregar mandioca, milho, peixe, verduras, legumes, etc... tanto são usadas por agricultores, como por pescadores.


Ninho de Coré
Em cada chapéu, Pinduca carrega um ninho de coré, segundo a crença cabocla, este ninho traz muita sorte.


Patchouli
É uma herbácea da família das gramíneas, originária da Malásia. Suas folhas são utilizadas para confeccionar chapéis, mas é nas raízes que estão o seu grande atrativo. Dotadas de um perfume peculiar, quando secas são usadas para confecção de leques, bonecas, renas e ainda no preparo de "garrafadas". Misturadas a outras raízes e cascas de árvores dá origem ao " Cheiro do Pará".

Dança


Arte Carimbolesca






O povo paraense tem no carimbó uma das mais extraordinárias manifestações de sua criatividade artística. Foi criado pelos índios Tupinambá. Como acontece com a maioria das danças indígenas, inicialmente, segundo alguns, a "Dança do Carimbó" era apresentada num andamento monótono.
Foi então que os escravos africanos descobriram esta dança e a
aperfeiçoaram, acrescentando ao ritmo uma vibração como uma espécie de variante do batuque africano, até mesmo os colonizadores portugueses foram contagiados, e pelo interesse de conseguir mão-de-obra para os mais diversos trabalhos, passaram a estimular e a participar também acrescentado traços de danças portuguesas — note-se que o Carimbó apresenta, em certas passagens, alguns movimentos das danças folclóricas lusitanas, como os dedos castanholando na marcação certa do ritmo.



COREOGRAFIA
A dança é apresentada em pares. Começa com duas fileiras de homens e mulheres com a frente voltada para o centro. Quando a música inicia os homens vão em direção às mulheres, diante das quais batem palmas como uma espécie de convite para a dança. Imediatamente os pares se formam, girando continuamente em torno de si mesmo, ao mesmo tempo formando um grande círculo que gira em sentido contrário ao ponteiro do relógio.
Nesta parte observa-se a influência indígena, quan
do os dançarinos fazem alguns movimentos com o corpo curvado para frente, sempre puxando-o com um pé na frente, marcando acentuadamente o ritmo vibrante. As mulheres, cheias de encantos, costumam tirar graça com seus companheiros segurando a barra da saia, esperando o momento em que os seus cavalheiros estejam distraídos para atirar-lhes no rosto esta parte da indumentária feminina. O fato sempre provoca gritos e gargalhadas nos outros dançadores. O cavalheiro que é vaiado pelos seus próprios companheiros é forçado a abandonar o local da dança. Em determinado momento da "dança do carimbó" vai para o centro um casal de dançadores para a execução da famosa dança do peru, ou "Peru de Atalaia", onde o cavalheiro é forçado a apanhar, apenas com a boca, um lenço que sua companheira estende no chão.
Caso o cavalheiro não consiga executar tal proeza sua companheira atira-l
he a barra da saia no rosto e, debaixo de vaias dos demais, ele é forçado a abandonar a dança. Caso consiga é aplaudido.




INDUMENTÁRIA
Todos os dançarinos apresentam-se descalços. As mulheres usam saias coloridas, muito franzidas e amplas, blusas de cor lisa, pulseiras e colares de sementes grandes. Os cabelos são ornamentados com ramos de rosas ou jasmim de Santo Antônio. Os homens apresentam-se com calças de mescla azul clara e camisas do mesmo tom, com as pontas amarradas na altura do umbigo, além de um lenço vermelho no pescoço.


DENOMINAÇÃO
A denominação da "Dança do Carimbó" vem do
título dado pelos indígenas aos dois tambores de dimensões diferentes queservem para o acompanhamento básico do ritmo. Na língua indígena "Carimbó" - Curi (Pau) e Mbó (Oco ou furado), significa pau que produz som. Em alguns lugares do interior do Pará continua o título original de "Dança do Curimbó". Mais recentemente, entretanto, a dança ficou nacionalmente conhecida como "Dança do Carimbó", sem qualquer possibilidade de transformação.




INSTRUMENTOS TÍPICOS

O acompanhamento da dança tem, obrigatori
amente, dois "curimbós" (tambores) com dimensões diferentes para se conseguir contraste sonoro, com os tocadores sentados sobre os troncos, utilizando as mãos à guisa de baquetas, com os quais executam o ritmo adequado. Outro tocador, com dois paus, executa outros instrumentos obrigatórios, como o ganzá, o reco-reco, o banjo, a flauta, os maracás, afochê e os pandeiros. Esses instrumentos compõem o conjunto musical característico, sem a utilização de instrumentos eletrônicos.


sábado, 3 de maio de 2008

Carimbó

O Carimbó é considerado um estilo musical de origem indigena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras miscigenou-se e recebeu outras influências. Seu nome, em tupi, refere-se ao tambor com o qual se marca o ritmo, o Curimbó. O Carimbó tem influência negra, presente no ritmo percussivo e influências portuguesas(os estalos dos dedos e palmas em algumas partes da dança) e européias em geral, recebendo a carga melódica do colonizador. Surgida em torno de Belém na zona do salgado (Marapanim, Curuça, Algodoal...) e na Ilha de Marajó, passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a lambada e o zouk.

Na forma tradicional, é acompanhada por tambores feitos com troncos de árvores. Aos tambores se dá o nome de "curimbó", uma corruptela da palavra Carimbó. Costumam estar presentes também os maracás.

Nos anos 60 e 70, adicionaram-se ao carimbó instrumentos elétricos (como guitarras) e influências do merengue e da cúmbia. O ritmo tornou-se popular no Nordeste do Brasil e gerou a lambada, que espalhou-se para o resto do mundo (que ironicamente foi popularizada por um grupo boliviano, Los K'jarkas).

A formação instrumental original do carimbó era composta por dois curimbós: um alto e outro baixo, em referência aos timbres (agudo e grave) dos instrumentos; uma flauta de madeira (geralmente de ébano ou acapú, aparentadas ao Pife do nordeste), maracás e uma viola cabocla de quatro cordas, posterioomente substituída pelo banjo artesanal, feito com madeira, cordas de náilon e couro de veado. Hoje o instrumental incorpora outros instrumentos de sopro, como flautas, clarinetes e saxofones.

Sendo a música preferida pelos pescadores marajoaras (ainda não conhecida como carimbó) o ritmo atravessou a baía de Guajará com esses pescadores e veio dar em praias do salgado paraense. Em alguma região próxima às cidades de Marapanim e Curuçá, o gênero se solidificou, ganhando o nome que tem hoje. Maranhãozinho, no município de Marapanim; e Aranquaim, em Curuçá, são dois dos sítios que reivindicam hoje a paternidade do gênero "Carimbó", sendo o primeiro o mais provável deles. Em Marapanim, na região do Salgado, nordeste paraense, o gênero é bastante cultivado, acontecendo anualmento o "Festival de Carimbó de Marapanim - O Canto Mágico da Amazônia", no mês de novembro.